domingo, 14 de julho de 2013

Amar Bose (1929-2013)



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Por Mario Aguilar
Dr. Amar Bose, o homem que fundou uma das mais reconhecidas marcas de equipamentos de áudio, morreu ontem aos 83 anos de idade. O engenheiro elétrico formado no MIT, professor e empresário mudou muito a forma como as pessoas pensam sobre áudio, especialmente ao longo dos últimos anos, à medida que esta tecnologia se tornou cada vez menor e mais portátil.

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O Dr. Bose nasceu em 1929 nos EUA, e tem diplomas de graduação e pós-graduação em engenharia elétrica no MIT. Ele também atuou no corpo docente do MIT por 45 anos. Lá, ele foi amplamente reconhecido por seu excelente ensino, e por sua pesquisa pioneira em acústica e design de alto-falantes.
 
E foi essa pesquisa que levou Bose a fundar sua famosa empresa de áudio em 1964. De fato, o slogan da Bose é “o melhor som através da pesquisa”. O primeiro produto da empresa foi o estranho alto-falante Bose 2201, que tinha 22 drivers full-range instalados em uma caixa em forma de um oitavo de uma esfera. A ideia era que, com dois desses nos cantos da sala, você poderia conseguir “realismo no som”. O produto só durou um ano.






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Ao longo dos anos, a Bose avançou em direção ao que nós conhecemos como produtos comuns de áudio pessoal e para carro. Apesar de a Bose não ser sempre a primeira no mercado, ela frequentemente trazia produtos com a combinação certa entre design industrial e qualidade de áudio. Eles satisfazem um mercado de consumidores ricos que não são nerds audiófilos exigentes.

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A Bose certamente não foi a primeira empresa a tentar fazer caros produtos de áudio para um número muito grande de pessoas, porém é difícil pensar em outra empresa mais envolvida com rádios-relógio de US$ 500 (os precursores de docks para iPod) e fones de ouvido de US$ 300 (muito antes da Beats chegar lá).
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À medida que a Bose crescia e se tornava uma das maiores marcas de áudio no mundo – ela teve receita de US$ 2,8 bilhões em 2011 – a empresa era criticada por seus produtos caros demais. Mesmo assim, seus fones de ouvido com cancelamento de ruído estão entre os melhores que você pode comprar.

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Além de sua contribuição para eletrônicos de consumo, Bose ajudou a inaugurar uma nova era para a pesquisa em tecnologia de áudio. Hoje em dia, é muito comum que professores universitários envolvidos em pesquisas sobre acústica abram empresas com base em suas descobertas. Entre os descendentes da abordagem de Bose temos a Audessy, uma empresa de áudio fundada por professores da USC que criaram os melhores algoritmos de processamento para otimizar o som de pequenos alto-falantes.

Em 2011, o Dr. Bose doou a maioria das ações de sua empresa para o MIT, como uma espécie de doação. A universidade não participa na gestão da empresa, e não pode vender as ações: ela recebe apenas os dividendos, que devem ser usados para prosseguir com a missão educativa do MIT. É uma forma bacana de garantir que o conhecimento por trás do som continue a avançar.

Nossas condolências para a família e amigos do Dr. Bose, além das cerca de 9.000 pessoas que têm empregos graças ao seu trabalho.

domingo, 5 de maio de 2013

Frederico Figner e a Casa Edison

(O texto desta postagem foi adaptado da Wikipedia sem referência de autor)

Frederico Figner (1866-1947)

FIGNER E OS GRAMOFONES

Frederico Figner nasceu em dezembro de 1866 em Milewko, na então Tcheco-Eslováquia. Ainda muito jovem e buscando ampliar seus horizontes migrou para os Estados Unidos, chegando ao país no momento em que Thomas Edison estava lançando um aparelho que registrava e reproduzia sons por intermédio de cilindros giratórios.

Fascinado pela novidade, adquiriu um desses equipamentos e vários rolos de gravação, embarcando com sua preciosa carga em um navio rumo a Belém do Pará, onde chegou em 1891 sem conhecer uma única palavra do Português. Naquela cidade começou a exibir a novidade para o público, que pagava para registrar e escutar a própria voz. O sucesso foi imediato e, de Belém, Fred se dirigiu para outras praças, sempre com o gravador a tiracolo.

Comercial da Casa Edison da Rua Uruguaiana

CASA EDISON
 
Passou por Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, já falando e entendendo um pouquinho do nosso idioma e com um razoável pé de meia. Na Cidade Maravilhosa Figner abriu sua primeira loja, a Casa Edison, em um sobrado da Rua Uruguaiana, onde importava e comercializava esses primeiros fonógrafos.

Casa Edison da Rua do Ouvidor

Por essa mesma época o cientista judeu Emile Berliner tinha acabado de lançar nos Estados Unidos um equipamento de gravação que utilizava discos revestidos com cera, com qualidade sonora superior ao do aparelho de Thomas Edison. Fred Figner percebeu de imediato o potencial da nova invenção e transferiu seu estabelecimento de um sobrado da Rua Uruguaiana para uma loja térrea na tradicional Rua do Ouvidor, onde abriu o primeiro estúdio de gravação e varejo de discos do Brasil, em 1900.

Disco com o selo Odeon Record
OS PRIMEIROS DISCOS

Os discos fabricados por Figner nessa fase inicial utilizavam cera de carnaúba, eram gravados em apenas uma das faces e tocados em vitrolas movidas a manivela. Apesar das limitações técnicas, essa iniciativa representou uma verdadeira revolução para a música popular brasileira, que engatinhava, pois até então os artistas só podiam se apresentar ao vivo ou comercializar suas criações por intermédio de partituras impressas.

Divulgação do acervo de gravações da Casa Edison
O primeiro disco brasileiro foi gravado na Casa Edison pelo cantor Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, em 1902. Era o lundu “Isto é Bom”, de autoria do seu conterrâneo Xisto da Bahia. A partir daí mais e mais artistas começaram a gravar suas composições em discos que eram distribuídos pela Casa Edison do Rio e também pela filial que Figner havia aberto em São Paulo. A procura pelos discos cresceu tanto que em 1913 Fred decidiu instalar uma indústria fonográfica de grande porte na Av. 28 de Setembro, Vila Isabel, dando origem ao consagrado selo Odeon.

A música "Pelo Telephone", composição de Donga e Mauro de Almeida, e interpretada por Bahiano, é considerada a primeira gravação nacional em disco de um samba. Ouça a gravação original:



A MANSÃO FIGNER

Fred Figner era um homem à frente do seu tempo e para coroar o sucesso nos negócios decidiu erguer uma residência que espelhasse seu perfil empreendedor. A hoje conhecida Mansão Figner, na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-Sesc e o restaurante Bistrô do Senac. É considerada um exemplo arquitetônico raro de “casa burguesa do início do século 20”.


Mansão Figner

Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola. Apesar dele próprio estar acometido pela enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.

RETIRO DOS ARTISTAS

Fred era um homem generoso e solidário. Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso. Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas tinham de enfrentar ao chegar à velhice.

Retiro dos Artistas em Jacarepaguá

Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje.

O FINAL

Em 19 de janeiro de 1947, quando faleceu, aos 81 anos de idade, ao se abrir seu testamento, verificou-se que Fred Figner havia destinado parte substancial dos seus bens às obras sociais de Chico Xavier.


 O jornal carioca A Noite Ilustrada publicou editorial em que o judeu Frederico Figner foi honrado, post-mortem, com o merecido título de “o mais brasileiro de todos os estrangeiros”.

LIVRO
 
Conheça um pouco mais da história da Casa Edison com o livro "A Casa Edison E seu Tempo", do pesquisador Humberto Franceschi. A publicação é da Editora Sarapuí e gravadora Biscoito Fino (2002) e conta a trajetória daquela que foi a primeira compainha de discos do país, ativa entre 1902 a 1932. A obra inclui cinco CDs com imagens e documentos do acervo da Casa Edison e quatro CDs com gravações originais de músicas da época. 


Até a próxima!

sábado, 13 de abril de 2013

Vincent Montana Jr.

  Vincent Montana Jr.  (*1928 † 2013) 

O músico norteamericano Vince Montana foi compositor, arranjador e percussionista, membro do MFSB (Mother Father Sister Brother) e fundador da Orquestra Salsoul.
 
Relembre alguns momentos da produção desse grande artista da disco music:










Até a próxima!

sábado, 6 de abril de 2013

Earth, Wind & Fire - That's the Way of the World (1975)




That's the Way of the World é o 6o álbum do Earth, Wind & Fire (EWF), banda americana cuja marca registrada é mesclar rítmos como soul, disco, rhythm and blues, funk, jazz e rock. Lançado em 1975, o disco contém a trilha sonora do filme homônimo, estrelado por Harvey Keitel e Ed Nelson, com participação do EWF.


Ouça a música título:


O álbum foi produzido por Maurice White (band leader) e Charles Stepney para o selo Columbia, e tornou-se um dos grandes sucessos de vendas da banda. Vale uma audição!

Músicas

A1. Shining Star    
A2. That's The Way Of The World         
A3. Happy Feelin'         
A4. All About Love        
B1. Yearnin' Learnin'
B2. Reasons
B3. Africano
B4. See The Light

Até a próxima!

terça-feira, 19 de março de 2013

Restauração do Toca-discos Pioneer PL-530

Ano passado resolvi encarar a restauração de um toca-discos Pioneer PL-530 adquirido no estado. Veja como ele estava:

 
 Depois da restauração ele ficou assim:


Ficou curioso com o resultado? Veja como foi o processo de restauração visitando o álbum de fotos do Picasa. Clique aqui.

Até a próxima!

sábado, 2 de março de 2013

Dizzy Gillespie no Brasil com Trio Mocotó



Um disco gravado em São Paulo no ano de 1974 mas que só foi lançado (tardiamente) no Brasil em 2010. Foi o que aconteceu com o álbum Dizzy Gillespie no Brasil com Trio Mocotó, trabalho que reúne o trompetista criador do estilo bebop, sua banda e um competente grupo de ritmistas brasileiros.


A mistura samba e jazz é protagonizada por Dizzy Gillespie (trompete),  João Parayba (percussão), Nereu Gargalo (pandeiro), Fritz Escovão (cuíca), Mary Stallings (vocais em Evil Gal Blues), Al Gafa (guitarra), Earl May (baixo) e Mickey Roker (bateria). O resultado é de uma harmonia ímpar, como pode ser constatado com a música de abertura "Samba", que você pode ouvir abaixo:


As seis faixas foram gravadas em uma única sessão de 8 horas ininterruptas no Estúdio Eldorado e a produção ficou a cargo do suíço Jacques Muyal, pela gravadora Biscoito Fino. Sem dúvida, é um álbum que merece fazer parte da cdteca dos apreciadores de boa música.

Músicas:

1. Samba (6:27)
2. The Truth (7:20)
3. Dizzy’s Shout (8:34)
4. Evil Gail Blues (5:10)
5. Behind The Moonbean (5:22)
6. Rocking With Mocotó (6:36)

Até a próxima!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Nektar - Remember The Future (1973)




O álbum Remember The Future é uma obra conceitual da banda inglesa Nektar. Criada em 1969 a banda era formada por Roye Albrighton (vocais e guitarra), Allan Freeman (teclado), Ron Howden (bateria e percussão) e Derek Moore (baixo) e Mick Brockett (iluminação e vocais).


Lançado em 1973, o álbum traz músicas que contam a inusitada história de um menino cego que se comunica com Bluebird, um extraterrestre. O contato telepático com Bluebird leva o menino a ter uma série de visões que lhe mostram o passado e o futuro, causando um misto de confusão e expectativa. Enquanto as letras remetem à reflexão sobre o sentido da existência, viagens estelares e ficção científica, as melodias mostram a criatividade e o grande talento instrumental do grupo, cujas variações permitem ir de acordes mais eruditos à guitarra visceral do rock, numa grande viagem estética pelo progressivo.

Remember The Future é uma obra que merece ser ouvida com atenção e fazer parte de qualquer discoteca especializada em música de altíssimo nível.


Músicas:

A1 - Remember the Future (Part I)
a. Images of the Past
b. Wheel of Time
c. Remember the Future
d. Confusion

B1 - Remember the Future (Part II)
e. Returning Light
f. Questions and Answers
g. Tomorrow Never Comes
h. Path of Light
i. Recognition
j. Let It Grow